Mediador de conflitos, olhar marcante e sorriso leve: advogado que trabalhou com o papa relata relação em Roma

  • 09/05/2025
(Foto: Reprodução)
Jean Carbonera conheceu o agora papa Leão XIV quando foi convidado para dar uma palestra na Ordem de Santo Agostinho, em Roma, em 2006. Robert Francis Prevost foi escolhido para o cargo na quinta-feira (7). Papa Leão XIV faz primeira aparição pública no Vaticano Yara Nardi/Reuters Antes de se tornar papa, Robert Prevost já era conhecido por uma característica marcante: um simples olhar. Nos corredores da Ordem de Santo Agostinho, em Roma, o advogado gaúcho Jean Carbonera aprendeu a resolver conflitos de uma maneira que não se ensina nos livros de Direito. O brasileiro acredita que é com esse mesmo olhar que o agora papa Leão XIV pode ajudar a transformar a Igreja e o mundo. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp "As coisas se resolviam, muitas vezes, apenas com o olhar. Ele era muito respeitado, sempre foi, por todos os integrantes da ordem que ele liderava. Ele sempre foi uma unanimidade entre todos. E isso me faz acreditar que o pontificado dele vai ser excelente", diz Carbonera. O brasileiro é presidente da organização Advogados Sem Fronteiras no Brasil, e mora atualmente na Serra Gaúcha. No entanto, entre 2006 e 2009 sua base era a capital italiana. Estava lá para fazer um mestrado na universidade. “Fui chamado por um amigo, que era da Ordem de Santo Agostinho, para dar uma palestra no Encontro Internacional da Juventude Agostiniana, com jovens do mundo inteiro, sobre o tema Justiça e Paz”, relembra. Advogado Jean Carbonera em frente ao Panteão de Roma Arquivo pessoal A palestra virou convite para coordenar uma rede global de ONGs e obras sociais vinculadas à Ordem. Na época, o então padre Robert era o Prior Geral da congregação — o líder máximo. Foi ali que Jean teve a chance de ver de perto a atuação do agora novo chefe da Igreja Católica. "De uma maneira muito calma e tranquila, ele conseguia apaziguar os conflitos", conta. "Para mim, sempre foi uma inspiração. Muito do que eu faço até hoje vem daquilo que eu aprendi com o Padre Robert na Ordem de Santo Agostinho", diz. A liderança de padre Robert, segundo Jean, sempre foi marcada pela diplomacia, pela escuta e por uma humildade genuína. Carbonera relata que quando Leão XIV terminou o seu mandato como Prior Geral, queria ir ao Peru trabalhar nas missões. "Queria estar próximo das pessoas que tinham a necessidade do apoio dele", relembra. "Ele é uma pessoa que nunca demonstrou esse apego a cargos, ele apenas entendia a importância de estar nesses cargos e conseguir, através deles, conduzir as coisas da melhor maneira", conta. Quando perguntado pela reportagem se esperava que o ex-colega de projeto um dia fosse papa, Jean riu, relatando que ficou "surpreso positivamente" com o anúncio na tarde desta quinta-feira (7). "Jamais passou pela minha cabeça, pelo menos naquele tempo, que isso pudesse acontecer", diz. "Fiquei muito feliz por saber da importância da figura do Papa para a humanidade como um todo e saber que vai ser tão bem representado esse papel central da Igreja Católica", comenta. Ação social dos agostinianos em Roma Arquivo pessoal Retratos da época Jean admite que não tem muitas fotos da época. "Naquele período, as redes sociais não estavam bombando como hoje. E eu também sempre tive isso de nunca gostar de tirar muita foto comigo. Eu tinha uma câmera digital, tirava foto dos lugares, das coisas", confessa. Advogado Jean Carbonera com o Padre Wim Sleddens, um dos conselheiros gerais da gestão do então Padre Robert Arquivo pessoal Mesmo sem contato recente com o agora Papa, Jean se sente confiante no futuro da Igreja. "Se alguém tivesse me perguntado quem das pessoas que eu conheço que são participantes da Igreja Católica em cargos de liderança que teria o melhor perfil para esse cargo, com certeza Padre Robert seria a pessoa que eu indicaria", pontua. O anúncio do nome de Leão XIV reacendeu a esperança do advogado em tempos de muitos debates globais. Para Carbonera, Leão XIV assume o pontificado num momento em que o mundo clama por pontes. “A gente vê que o Papa tem um papel muito importante social também, não apenas religioso, e isso que deixa a gente muito confiante, muito feliz com essa decisão do Conclave", comenta. Carbonera finaliza dizendo que, se tiver a chance, gostaria de reencontrar o agora papa. "Nesse momento eu acho que tem uma fila bem grande antes de mim de pessoas tentando falar com ele, com certeza", brinca. "com certeza eu quero dar, se possível, um abraço, para transmitir toda a minha felicidade e a minha esperança, a minha crença, na verdade, de que ele vai fazer um ótimo trabalho pela igreja e pela sociedade", conclui. VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/05/09/mediador-de-conflitos-olhar-marcante-e-sorriso-leve-advogado-que-trabalhou-com-o-papa-relata-relacao-em-roma.ghtml


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